Apresentação

Oi, pessoal!


Nós somos professoras da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e estamos fazendo um curso,Melhor Gestão/Melhor Ensino, cujas aulas são presenciais e on line. Nosso objetivo maior foi criarmos um blog para postarmos nossas histórias com referência como adquirirmos o gosto pela leitura. Vocês verão que são histórias emocionantes e que todos nós passamos por provações antes de nos tornarmos verdadeiros leitores. O ambiente virtual está sendo um grande desafio para nós educadores, pois não temos muita prática nesses tipos de ambientes.

Fazemos um convite a todos para que visitem o Blog constantemente, pois temos grandes desafios para vocês: o de tornar mais e mais leitores críticos e conscientes e acompanhar nosso processo de evolução na criação do Blog.

Um beijo para vocês.

Roseli, Rosiani e Salete

sábado, 22 de junho de 2013

Sites de nossa SD

Eu e Rosiani estamos anexando os sites consultados e utilizados em nossa SD sobre o texto Meu primeiro beijo:
www.blood.tear.terra.com.br
www.filipigaudencio.com.br
www.superabril.com.br
pt.wikipedia.org,wiki/beijo

até breve

domingo, 16 de junho de 2013

Sequência Didática com o texto: Pausa - Moacyr Scliar

         Esta sequência foi criada no encontro presencial do curso Melhor Gestão Melhor Ensino por Roseli Magro:
ØPúblico Alvo: Alunos do 9º ano
ØTempo previsto: 3 a 4 aulas
ØConteúdos e temas: leitura de texto do gênero Conto; levantamento das características estruturais do gênero, exposição oral sobre as produções dos textos na tipologia dissertativo-argumentativo.
ØCompetências e habilidades: conhecer e saber utilizar adequadamente o gênero conto; fazer uso das informações coletadas no texto, a fim de defender um ponto de vista, conhecer a estrutura do texto dissertativo-argumentativo; localizar informações implícitas e explícitas no texto.
ØEstratégias: aula interativa, trabalhos em grupos e rodas de leitura.
ØRecursos: livro didático, dicionário de Língua Portuguesa e internet.

ØAvaliação: Processual (durante as aulas) e produção de texto escrito.
1ª etapa: 
Fazer uma prévia antes da leitura;
2ª etapa:
 Leitura do texto pelo educador;
3ª etapa:
 Leitura silenciosa do texto pelo aluno.

 TEXTO: PAUSA 
Moacyr Scliar 
                    Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o
 banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, 
preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
                    - Vais sair de novo, Samuel? 
                    Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva, mas as 
sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma 
sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura. 
                   - Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
                   - Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
                   Ela olhou os sanduíches:
                    - Por que não vens almoçar?
                     - Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche. 
                    A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel 
pegou o chapéu: 
                    - Volto de noite.
                    As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem.
 Guiava vagarosamente: ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
 Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, 
caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. 
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, 
acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente.
 Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
                   - Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente... 
                   - Estou com pressa, seu Raul! – atalhou Samuel.
                   - Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. – Estendeu a chave.
                  Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar,
 duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
                   - Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto. 
                  Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento
 pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia
d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um 
despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira. Puxou a colcha e
 examinou os lençóis com cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos,
 afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os
 dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos. 
                    Dormir.
                   Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis
 buzinando,os jornaleiros gritando, os sons longínquos. 
                   Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão
 carcomido.
                    Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um
 índio montando a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope.No planalto da testa, nas
 colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas
 e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos
 esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, 
molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois,
 silêncio.
                  Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a 
bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. 
                  Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
                  - Já vai, seu Isidoro?
                 - Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
                 - Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
                  - Não sei se virei – respondeu Samuel olhando pela porta; a noite caía.
                  - O senhor diz isto, mas volta sempre –observou o homem, rindo. 
                  Samuel saiu. 
                  Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os
 guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
 [De O Carnaval dos Animais. Porto Alegre, Ed.Movimento, 1969]
4ª etapa:
 Identificação do gênero:
  - características do texto;
  - veículo de comunicação;
  -  autor;
  - linguagem utilizada;
  - tipo de texto (narrativo, descritivo, dissertativo).
5ª etapa:
 Dividir a sala em grupos heterogêneos:
  - Cada grupo discutirá o texto abordado em sala.
  -  Produção escrita: texto dissertativo-argumentativo sobre a visão do aluno em relação ao perfil do personagem principal
6ª etapa: 
Após a produção coletiva, cada grupo apresentará o seu texto de forma interativa.

7ª etapa: 
Pesquisar uma letra de música que condiz com a argumentação apresentada por cada grupo.
Bibliografia
SCLIAR, Moacyr. “Pausa”. In BOSI. Alfredo (org.) O conto Brasileiro Contemporâneo. São Paulo: Cultrix, s/d. p 275-277.
 
  Leitura Complementar: O imaginário cotidiano. Moacyr Scliar. São Paulo: Global
ØAutores:
          Roseli Magro 

sábado, 15 de junho de 2013

Sequência Didática com o Texto Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto


Esta sequência didática foi desenvolvida no encontro presencial do curso Melhor Gestão/Melhor Ensino, onde tivemos a oportunidade de elaborar uma SD com base no texto Meu Primeiro Beijo de Antonio Barreto. Esta sequência é produto da junção de duas situações com o mesmo texto. As participantes da atividade foram: Rosiani e Salete.
No módulo 3, no curso on line, modificamos a atividade inserindo outros aspectos que não havíamos abordado no 1º momento.
Vejam os slides com as atividades propostas:
Texto: Meu Primeiro Beijo – Antonio Barreto
•Público alvo: 8º e 9º anos
•Tempo estimado: 10 aulas aproximadamente
•Objetivos:
Vivenciar a interdisciplinaridade;
Aprender a utilizar diversas fontes de pesquisas;
Levar o aluno à percepção de outras linguagens como elemento constitutivo do sentido do texto.
•Estratégias:
 Mostrar imagens e vídeos para a construção do conhecimento dos alunos;
1ª Etapa – Levantamento de conhecimentos prévios
•O professor deverá fazer uma roda de conversa de modo que os alunos reflitam oralmente:
1 – Quem já beijou?
2 – Você se lembra como foi seu primeiro beijo?
3 – Antes do primeiro beijo, qual era sua expectativa sobre ele?
4 – Essa experiência correspondeu à sua expectativa?
2ª Etapa – Características do gênero
Veja o verbete de dicionário do Mini Aurélio:
•Conto – sm. 1. Narração falada ou escrita. 2.Engodo, embuste. (FERREIRA, 2001, P.181)
Agora preencha o quadro abaixo:
Título do Texto
Autor
Fonte de Informação
Foco Narrativo
Personagens
Espaço
Tempo
Enredo
Clímax
Linguagem
3ª Etapa – Leitura do texto
•Faça uma leitura atenta e silenciosa do texto: Meu Primeiro Beijo de Antonio Barreto;
•Leitura expressiva realizada pelo educador;
Meu Primeiro Beijo – Antonio Barreto
           É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
           Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
          "Você é a glicose do meu metabolismo.
           Te amo muito!
            Paracelso“
           E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
            No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
            - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
            Mas ele continuou:
            - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto.Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
            - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina;0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
            Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
             E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo:
FTD, 1977. p. 134-6.
4ª Etapa – Leitura de imagens
•Telas com beijos inocentes seguidas de comentários e significados:
O beijo
Um beijo (do latim basium) é o toque dos lábios com qualquer coisa, normalmente uma pessoa. Na cultura ocidental é considerado um gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida. O beijo nos lábios de outra pessoa é um símbolo de afeição romântica.
Bejinho

Beijo Antes de Cristo
Os mais antigos relatos sobre o beijo remontam a 2500 a.C., nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Diz-se que na Suméria, antiga Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Na Antiguidade também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates.
Era uma espécie de prova de reconhecimento. Aliás, os gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram a prática. Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos podiam beijar apenas os pés. Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, ou beijo dos amantes.
Beijos, beijos...
Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. AcreditavNa Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro. Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era o beijo do czar.
No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente. No latim, beijo significa toque dos lábios. Na cultura ocidental, ele é considerado gesto de afeição. Entre amigos, é utilizado como cumprimento ou despedida; entre amantes e apaixonados, como prova da paixão.
Beijos para os pedidos
Mas é também um sinal de reverência, ao se beijar, por exemplo, o anel do Papa ou de membros da alta hierarquia da Igreja. No Brasil, D. João VI introduziu a cerimônia do beija-mão: em determinados dias o acesso ao Paço Imperial era liberado a todos que desejassem apresentar alguma reivindicação ao monarca. Em sinal de respeito, tanto os nobres, como as pessoas mais simples, até mesmo os escravos, beijavam-lhe a mão direita antes de fazer seu pedido. Esse hábito foi mantido por D. Pedro I e por D. Pedro II.
5ª Etapa - Vocabulário
•Grife as palavras do texto que dificultaram sua compreensão;
•Pesquise no dicionário o significado dessas palavras,indicando qual deles melhor se adéqua ao texto.
•Pesquise junto aos seus professores de Matemática e Ciências as informações contidas nos parágrafos 10 e 11.
6ª Etapa - Música
•Música: Beijo (Novela Carrossel)


Após ouvir a música retratando o tema Beijo, cite outras músicas em que abordam o mesmo tema.
7ª Etapa - Tempo
•Analise o último parágrafo do texto e reflita sobre a passagem do tempo no texto e na sua vida. Faça um comentário por escrito de sua análise.
8ª Etapa – Leitura dramatizada
•Veja as várias imagens de beijos;
•Agora, forme duplas e faça uma leitura dramatizada, apresentando para a sala.
Beijo inocente
My Girl
Meu primeiro beijo
Meu primeiro beijo

9ª Etapa - Escrita
•Agora, você e seu colega irão se unir a outras duas duplas, formando um grupo com seis componentes.
•Reescreva o texto, de acordo com a indicação do professor, pensando numa das seguintes situações:
a)Uma namorada contando para a amiga como foi seu primeiro beijo;
b) Um garoto contanto para um amigo como foi seu primeiro beijo;
c) Um humorista contando sobre o primeiro beijo num programa de TV;
d) Um rapper falando sobre o primeiro beijo.
10ª Etapa - Filme
•Assista o trailer do filme: Meu Primeiro Amor e faça comentários sobre o que você espera ver na história do filme.


11ª Etapa
Estudo da Língua
1 – No período: “É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo, foi num ônibus...A palavra grifada indica:
( ) explicação
( ) tempo
( ) adversidade
( ) lugar
( ) conclusão
2 – Reescreva o período substituindo o conector mas por outro de igual valor, sem alteração de sentido:
3 – Releia: “(...) tínhamos transposto, juntos, o abismo do primeiro beijo.” A expressão em negrito contém uma figura de linguagem.
a) Que figura é essa?
b) A que se refere essa figura?
12ª Etapa
•Reescrita do texto e entrega ao professor para fins de avaliação;

Grupo 7
•Rosiani – Reverendo Urbano
•Salete – Caetano Miele

domingo, 2 de junho de 2013

                                      Eu, leitora,  mesmo sem saber ler.....


   Desde menina me vejo como leitora; acho até que mesmo antes de ser alfabetizada já adorava tentar adivinhar, quando folheava algo, o que estava escrito..

   Meus pais, mesmo sem maior instrução, são sábios e sempre incentivaram esta minha vontade devorar livros.

   Lembro-me quando ganhei de minha mãe meu primeiro livro que tinha mais figuras que palavras.

   Pedi outros e outros e nunca ouvi um não.

   Como eu adorava abrir e “devorar “ o conteúdo de cada história!!!

   Mas tive uma experiência não muito feliz: numa determinada época da minha vida, a professora da então 7ª série, pediu que lêssemos o livro “O pequeno príncipe” e eu com a obra em mãos não conseguia ir adiante. Li então por obrigação e não por prazer, como sempre digo aos meus alunos.

Hoje adoro esta obra e sempre cito em sala falas que nos dizem algo como “Tu és responsável  por tudo aquilo que cativas”.

   Num outro momento a professora pediu que lêssemos “O menino do dedo verde” e eu comecei a rir em sala. Já havia lido umas 3 vezes e agora ela pedia?

   Fico triste quando peço leitura aos meus alunos e eles não fazem. Ler é estar em contato direto com o mundo das palavras.

   Hoje sei que ter liberdade para ler o que se quer ler é essencial  e podemos. através dela..  sonharmos e termos a realidade que desejamos naquele momento...

                                                        Abraços a todos

                    Salete Vilela

Produzindo na infância

Olá pessoal!
Desde pequenininha eu ouvia muitas histórias. Minha mãezinha povoava a minha cabeça de histórias de monstros e heróis, de todos os tipos de aventuras inimagináveis. E pra completar esse quadro, meus irmãos, que eram adultos, também me contavam muitas histórias. Isso tudo fez com que eu crescesse fantasiando a vida e criando histórias.
 Eu me lembro de que morava numa casinha pequenininha, cheia de carinho. Ah, que saudade! E quando me dava vontade de escrever, isso com dez anos mais ou menos, eu subia na laje com lápis e papel e escrevia minhas histórias, olhando o verde do mato que cercava minha casinha e eu amava. A natureza era maravilhosa pra mim. Encantava-me com aquele cheiro de terra misturada com mato e me perdia em sonhos contados nos papéis em cima da laje.
Um pouco depois, já adolescente, eu gostava muito de ler fotonovela. Eram histórias de amor proibido. E sendo eu uma romântica, perdia-me naquelas histórias e continuava fantasiando as minhas histórias. Sem perceber, eu já entrava no gênero poético.
Tive contato muito cedo com a poesia de Castro Alves. Grande poeta, eu soube mais tarde, quando fui estudá-lo. Na época, eu gostava de poesia e o que caía em minhas mãos, eu devorava. Sorte a minha que caiu nada menos do que “Castro Alves”. Fico emocionada quando lembro. “Que sorte!!!” Eu gostava muito de declamar os poemas e assim, meu contato com a literatura ia ganhando corpo.

Sempre fui apaixonada por belas palavras, pois elas recriam a vida e essa arte nos faz viver com mais cor. Esse colorido intensifica os sentimentos. Sejam eles amor, alegria, tristeza, dor. Não me importa quais sejam. O que realmente importa é viver a intensidade desses sentimentos que a arte, com grande sabedoria, nos faz sentir.

sábado, 1 de junho de 2013

Eu, Leitora...

     Minha experiência com leitura começou aos 11 anos, quando tive autorização de minha mãe para poder sair de casa. Não que na escola não lêssemos, mas ainda eu não tinha gosto pela leitura.
     Era época da ditadura militar e o ensino de Língua Portuguesa envolvia os paradidáticos para realizar provas (verificação de leitura). Para vocês terem uma ideia, eu cheguei a desmaiar na sala de aula fazendo prova de Interpretação de Texto. Eu estava com dor de barriga e solicitei para a professora que precisava utilizar o banheiro.                       
     A professora falou para eu sentar. Quando eu fiquei desacordada, ela pensou que eu estava colando. Ela veio correndo e me ajudou a recobrar a consciência. No dia seguinte, minha mãe foi à escola. Detalhes.
       Na outra sala, a professora havia passado o livro A Ilha Perdida. Como eram tempos difíceis, minha mãe só comprava o livro do bimestre. É porque naquela época, não ganhávamos livros. Tínhamos que solucionar o problema. Fiz a carteirinha da biblioteca da Moóca e retirei o livro. Amei a leitura. Toda semana, eu batia cartão na biblioteca. Li também Meu Pé de Laranja Lima, além de dar conta dos livros bimestrais. E foram vários: Pluft, o Fantasminha, A Vaca Voadora, O Pequeno Príncipe, Para Gostar de Ler - volume I, Marina, A Revolução dos Bichos, Um Cadáver ouve rádio, O Mistério do Cinco Estrelas, O Ipê Floresce em Agosto, Para gostar de Ler - volume III, O Príncipe e o Mendigo, entre outros.
      Na oportunidade do Ensino de 2º Grau, o ritmo diminuiu, pois eu estudava e trabalhava, mas eu me lembro que adorei um livro que a professora de Português chamado O Teatro Vicentino. Pedi emprestado e adorei Gil Vicente.
    Mais tarde, eu comecei a ler Sabrina e Júlia que comprava nas bancas de jornais ou trocava na feira. Amava os encontros e desencontros amorosos. Quem desaconselhou este tipo de leitura foi meu professor de literatura da faculdade. Ele dizia que este tipo de leitura era "água com açúcar". Daí, entrei em contato com os clássicos. Nem precisa falar que já estava completamente apaixonada pela leitura.
       Nunca mais parei.
Rosiani